quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O encontro com as sombras e a redescoberta do 'ser'.

   Construir esse blog é me desconstruir, fato.
   Desconstruir-me como mulher, para muito além da pessoa, como uma aprendiz que tenta imprimir sobre essa terra algum senso diferente de 'ser'.
  Pois o objetivo é que o clamor alcance o máximo de pessoas e cada um desperte para essa busca, que é interior mas tem como principal ferramenta as pessoas que nos cercam, nos ensinam e servem de exemplo.
   E disso tudo o que me cerca tenho me munido para me inspirar. As amarras ainda são muitas e não haveria de ser diferente, infelizmente, pelo mundo em que vivemos. Sinto como se o distanciamento de si, do conhecimento, da própria essência e do prazer fosse uma invenção de alguém muito inteligente para nos convencer a todos que tomar remédios e encontrar uma síndrome para se definir ou encaixar é melhor do que tentar transpor essas barreiras e ter coragem. Coragem para vivenciar experiências aparentemente constrangedoras, mas que uma vez atravessado o portal da moral e da vergonha você descobre que, de fato, estava tudo na sua cabeça, o tempo todo. Estava tudo ali, da cabeça até os pés, eu diria. Mas para isso é preciso se entregar, ir além.
 
   Bem, se você já leu até aqui já fico feliz e espero que se acomode ao máximo pois até agora foram só preliminares. O que estou tentando digerir para relatar é o estado sobre o qual ainda me encontro e ao qual dedico essa postagem. Tive um dos maiores privilégios da minha vida ao vivenciar a terapia que trabalha o orgasmo terapêutico e sobre a qual há algum tempo venho estudando.

    Trata-se de um tratamento terapêutico através da Massagem Tântrica, nesse caso específico utilizando o chamado método Deva Nishok (conheça mais no www.centrometamorfose.com.br).
    É coisa de doido mesmo, sei que é o que a maioria pensa (espero veementemente estar enganada!). No entanto, mesmo sabendo que nenhuma palavra seria suficiente para descrever o que eu senti mas me esforçarei para relatar de forma racional (já quebrou o clima...) o que é inenarrável, indizível.

   Até ontem o parto era de longe a experiência mais transcendental e viajante que eu havia tido e nada chegava nem perto. Pois lhes escrevo com sinceridade, essa experiência tântrica me levou bem próximo ao que vivi no parto, bem mesmo no estágio ativo onde as que estudam sobre o assunto costumam chamar de "partolândia". É algo surreal, é estar presente e não estar ao mesmo tempo. Foram as duas experiências mais animalescas que tive na vida e foram as duas melhores. Eu sou um bicho que urra alto e senti extremo orgulho em reafirmar isso através dessa experiência pois é preciso muita entrega. Por isso o vivido e sentido na massagem tem total ligação com o parto pois nunca em outra situação qualquer precisei me entregar tanto, sair do racional, do lógico, do controle.   Sim, sentir prazer é perder o controle. Mas descobri como me perder o controle de forma responsável ao me jogar nas mãos de um profissional que teve uma formação para promover tamanha revolução interior e isso pode dar à vida os tons que faltavam.
   E não, não se trata de sexo. É prazer sim e numa dimensão que causa espasmos, tremedeira, ondas de calor, calafrios, formigamento, sensação de estar flutuando e uma enxurrada de sentimentos, pensamentos, lágrimas, baba, suor e muito, muito gozo. Deve ser até chocante de ver, assim como o parto, mas em nenhum dos dois casos eu estava presente...rs.  Foi mais de uma hora de toques que logo de início tive a sensação e preenchimento, de amor pela entrega do outro, pela condição dele de estar ali após o trabalho se dedicando aquele bem.
   Era como se o meu corpo respondesse ao estímulo com todo aquele movimento enquanto internamente a sensação era de aconchego, redescoberta de algo que me foi tirado e de fato nos é tirado já nos primeiros dias de vida. Afastar o bebê da mãe é impedi-los de sentir e dar prazer.
  
  A partir daí fui tomada pelas lágrimas e a medida que a massagem avançava eu fui entrando num estado de plenitude que parecia me elevar fisicamente. As mãos foram as primeiras a sentir o formigamento que por vezes se estendia por todo o corpo. Em dado momento senti minha tão sofrida mandíbula esquentar muito e atentei para isso pois infelizmente a racionalidade teima em nos boicotar o tempo todo. Após a massagem foi nítida a diminuição da tensão que normalmente parece esmagar meu pescoço e mandíbula. Tive quatro fortes câimbras que apesar de me desviarem um pouco do caminho não me impediram de sentir o que de mais profundo e intenso eu já senti. Insano. Curativo.
   Provavelmente seríamos todos queimados na fogueira se isso ainda fosse possível, apesar de hoje a fogueira da ignorância e dos julgamentos inflamar muitos corações e é por isso que precisamos ter coragem!
 
   Dessa experiência que ainda hoje surte efeito em mim, sentidos nitidamente no plano físico (muito bom!) e que aos poucos vai sendo revelado ao nível mental, psicológico e afins, extraí um desejo ardente de divulgar muito mais esse trabalho, principalmente para as mulheres que em maior número são vítimas do bloqueio mental imposto para tudo o que diz respeito a prazer e despertar.
   Extraí também muito do contato com o terapeuta Mansukh Anupam no pouco tempo que tivemos para conversar antes da massagem e pela leveza no trato com o assunto ajudou tanto a me libertar. Conhecer pessoas afinadas com o pensamento que começa a aflorar sobre auto libertação, por assim dizer, tem sido enriquecedor por demais!
  Creio que bons frutos ainda virão dessa experiência que certamente não se fez possível por acaso.
 
   Espero ter conseguido alcançar clareza nas palavras, pois creio que nesse relato isso seja mais importante do que riqueza de detalhes já que o 'sentir' foi só meu e cada um desenvolve sua vivência de forma única.
   A minha foi, literalmente, animal!!!

 
 
Arlene Lima
Libertinas - Consultoria Íntima
Descubra o prazer em si.libertinasdf@gmail.com
Facebook: Libertinas - Consultoria Íntima

5 comentários:

  1. Quero fazer parte desse mundo, da forma relatada é algo incomparavel para nós homens que não temos esperiecia do parto...

    ResponderExcluir
  2. Quero fazer parte desse mundo, da forma relatada é algo incomparavel para nós homens que não temos esperiecia do parto...

    ResponderExcluir
  3. A primeira massagem tântrica a gente nunca esquece :-) . E, apesar da riqueza do seu texto, é preciso vivenciar para entende. Que bom que você se permitiu vier isso. Namasté.

    ResponderExcluir
  4. Gratidão por tentar explicar o inexplicável. A urgência aqui é a mesma. Compartilhar o amor que nem cabe na gente e continua a crescer. Nem fiz a massagem ainda. Mas um final de semana com essas pessoas incríveis me deu mais do que a vida toda nesse cárcere que criamos pra conviver socialmente. O portão se abriu. E é lindo lá fora. Na verdade, é um parto mesmo. Só que é um parto da gente mesmo. Um renascimento que vem das entranhas :) gratidão e amor

    ResponderExcluir
  5. Muito bom seu texto Arlene! Lindo!! E que vamos todas em busca dessa liberdade, nos despir, nos conectar, nos livrar de todos os conceitos, crenças, paradigmas que nos prendem e nos impedem de sermos quem somos.
    Adorei de te conhecer!!!!
    bjusss
    duda (doula)

    ResponderExcluir

Obrigada por deixar sua colaboração.
Volte sempre!!!

Libertinas - Descubra o prazer em si.